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nostalgia - bilhetinhos em sala de aula

Uma vez, eu e a Maíra, esquecemos o caderno de bilhetes na sala. No dia seguinte fomos chamadas na sala da Iracê Margarida, a supervisora.

O Zé, disciplinário, que a gente achava que era nosso amigo foi quem entregou pra ela. Normalmente cadernos e livros ficavam guardados com ele.

De acusadas, passamos a acusadoras!

_Vocês pensam o que?! Tem dias aqui que vocês escrevem 8 páginas de bilhetinho! OITO páginas!!!
_E como é que você sabe disso?!
_Porque além de tudo vocês colocam datas! Está lá, no dia tal...
_Então quer dizer que ainda por cima você leu o nosso caderno?! Isso é invasão de privacidade, sabia?!
_Er.. não.. é.. eu não li.. é.. mas eu folheei pra ver e..
_Falta de respeito! O caderno foi achado na sala e tinha nome na capa! Não podia ter sido aberto e ter o seu conteúdo violado!
_Er.. vocês tem razão.. mas..
_É uma falta de respeito! O que a gente escreve ou deixa de escrever é problema nosso.
_Mas os pais de vocês sabem disso?!
_Claro!
_A gente leva o caderno pra casa, escreve em casa também. Enfim, é uma coisa particular.
_Ah.. er.. sim.. mas tomem cuidado.. se um professor pegar.. er..
_Não tem problema! Fazemos isso há 3 anos, desde a 7ª série.
_Er.. mas isso é um abs..
_Tchau Iracê. Da próxima vez devolva nosso caderno sem abrir, por favor.