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Estudantes de Jornalismo boicotam o Provão mais uma vez
15h06 - 10/06/2001


Naila Oliveira



RIO - Pelo quarto ano consecutivo os estudante de jornalismo boicotaram o Exame Nacional de Cursos, mais conhecido como Provão. Em 1998, o boicote bateu o recorde, número que, segundo manifesto de quatro páginas distribuído por representantes da Executiva Nacional dos Estudantes de Comunicação Social (Enecos), vem crescendo a cada nova edição.



Em Niterói (Região Metropolitana do Rio), estudantes da Universidade Federal Fluminense (UFF) distribuíram adesivos com as inscrições "Colei no Provão e eu entendo de educação. Não avalie com o Provão", como parte do manifesto.



De acordo com Marcelo Gonçalves Moura Valle, ex-integrante do diretório Acadêmico da UFF, a previsão é de que 90% dos estudantes tenham aderido ao movimento e colado o adesivo na prova.



"Lutamos por uma avaliação justa sem punição ou premiação, que não se resuma a uma letra. O principal objetivo do Provão, imposto pelo governo federal, é ranquear os cursos, criar centros de excelência para direcionar as verbas para poucos e transformar todo o resto em escolões de 3° grau. Transformando a universidade em mera reprodutora de conhecimentos sem críticas e sem inovação", denunciava o manifesto.



Sob orientação do Ministério da Educação, os fiscais tentaram manter os estudantes nos locais de prova 90 minutos, tempo mínimo estipulado para a permanência na sala mesmo para quem estava boicotando. Um grupo de 15 alunos no entanto, iniciou um protesto e foram dispensados antes do tempo.



Até agora, ninguém que tenha respondido ao Provão deixou o Liceu Nilo Peçanha, no Centro de Niterói. A estudante Monique de Oliveira disse que todos os alunos da UFF têm capacidade para tirar A.



"Mas se eu respondesse à prova significaria que estava satisfeita com a universidade, o que não é verdade. Muitas coisas não funcionam por falta de estrutura e verbas", disse.

fonte: UOL Últimas Notícias